MINHAS PÁGINAS

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ERROS COLOCAM EM DÚVIDA PROVAS DO NOVO ENEM...

Divulgação equivocada de resultados reacende desconfiança sobre concurso Depois da fraude que provocou o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por dois meses, a divulgação do gabarito errado da prova provocou mais confusão no Ministério da Educação (MEC) ontem. As provas ocorreram no final de semana em todo o país. Depois do anúncio de que a correção ocorreria na manhã de ontem, apenas à tarde o Inep divulgou as respostas corretas. Técnicos responsáveis pela organização das respostas confundiram as listas – eram oito no total – e deixaram no domingo, por cerca de duas horas, milhares de alunos em pânico. O instituto também confirmou a anulação de uma questão da prova de linguagens. A trapalhada reacendeu a desconfiança em relação ao concurso, abalada pelo seu cancelamento, em outubro, devido ao vazamento de provas. A avaliação no ministério é de que, apesar de não ter havido estragos maiores, a falha na divulgação do gabarito não poderia ter acontecido justamente com o Enem. Já prejudicado pela tentativa de fraude, o exame não poderia enfrentar mais nenhum erro. Ministério já prepara demissões de técnicos A confusão com os gabaritos foi descoberta às 21h30min de domingo, uma hora e meia depois de eles terem sido colocados no ar pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao MEC responsável pela prova. Verificado o erro, os arquivos foram retirados do ar. Para evitar mais problemas, o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, verificou cada uma das oito listas pessoalmente na manhã de ontem. O gabarito correto foi divulgado apenas no começo da tarde O Enem deste ano teve quatro provas de Exatas, aplicadas no sábado, e outras quatro de Humanas, distribuídas no domingo. Cada uma delas tinha uma cor. As questões eram as mesmas, mas a ordem, diferente. A confusão teria ocorrido entre os gabaritos das diferentes provas: a mesma questão tinha respostas distintas em cada caderno. O erro tornou um pouco mais complicada a situação de técnicos que cuidam do exame no Inep. O ministério já prepara a demissão de pessoas suspeitas de negligência na fraude que cancelou a primeira versão da prova, marcada para outubro. O ministro da Educação, Fernando Haddad, espera apenas a finalização do inquérito da Polícia Federal e da auditoria interna para definir as trocas. O presidente do instituto, no entanto, será mantido. Futuro da prova em xeque As falhas na divulgação do gabarito do Enem remexeram na ferida aberta pelo vazamento das provas, em outubro. Especialistas avaliam que, em razão do precedente negativo, o erro no domingo teve sua repercussão alargada e pode impactar na credibilidade do exame. Para Osvino Toillier, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado no Estado (Sinepe/RS), a divulgação errada do gabarito é “imperdoável”. O professor entende que a repetição de problemas no Enem pode até mesmo levar universidades a não adotarem a avaliação como critério de seleção de alunos para seus cursos. – O vazamento da prova teve impacto extremamente negativo. Neste novo momento, não poderia haver qualquer problema. Esse gabarito com falha reforça a perda de credibilidade. Se eu fosse o ministro, estaria colocando fogo pelas ventas – disse Toillier. A doutora em Educação Helena Sporleder Côrtes, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) entende que falhas em gabaritos podem ocorrer, mas provocam um desgaste maior no caso do Enem em razão do vazamento das provas: – Problema em gabarito não é uma tragédia. Quem tem experiência em concursos sabe que é um risco que sempre se corre. O problema é que, depois do vazamento da prova, esperava-se que todos os cuidados seriam tomados e que isso não iria acontecer. A professora afirma que a desconfiança dos alunos em relação ao exame também deve ser entendida no contexto de uma sociedade marcada por escândalos de corrupção: – Em um país onde surgem notícias de dinheiro escondido na cueca e na meia, um novo problema no Enem pode levar o aluno a pensar que não vale a pena estudar, porque este não é um país sério – afirma Helena

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