sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ESTUDANTES SOFREM DE "OUTUBRITE"...

O fim do prazo de inscrição dos principais vestibulares, quando os alunos devem definir a carreira a seguir, e a proximidade das provas costumam alterar o ânimo dos vestibulandos. A receita para evitar a “outubrite” é unanimidade entre os professores: momentos de prazer no lugar de algumas horas de estudo a menos são fundamentais. Adotar um hobby e relaxar são dicas-chave para evitar ou sobreviver à crise. Caso contrário, é como digitar um monte de informações numa tela de computador sem apertar a tecla salvar. Esse “salvar” só vem com descanso e lazer – explica o psicólogo Fernando Elias José. Ela sofre de “outubrite”! São raros os convites aceitos pela vestibulanda Maria Clara Paiva Garcia, 18 anos,para sair com os amigos. – No máximo, vou comer uma pizza – diz a estudante,que está no primeiro ano de cursinho. Enquanto os amigos saem para dançar, Maria Clara vê filmes em casa. No resto do tempo, a menina só estuda,“ se estressa e chora’’, segundo suas próprias palavras. A aflição, que teve início no começo do ano, foi se intensificando e chegou ao extremo com os últimos dias de inscrições para a Fuvest, em São Paulo. Maria Clara, que queria tentar vestibular para Direito, foi chorando e pensando, até trocar de opção.Acabou escolhendo Ciências Sociais. – Fiz orientação vocacional,mas não tenho certeza.Acho que só na faculdade mesmo dá para ver se o curso é o que a gente quer – diz,indecisa. O drama enfrentado por Maria Clara é tão comum que ganhou até nome dos educadores.É a outubrite. – É nossa conhecida (outubrite). As inscrições dos vestibulares acabam e as dúvidas aparecem – afirma Tadeu Terra,diretor do Sistema COC de Ensino,de São Paulo. Segundo ele, as crises de outubro surgem por duas razões: o peso de decidir a carreira e o questionamento sobre o aprendizado das disciplinas. Para a psicóloga e orientadora vocacional Maria Stella Sampaio Leite, dúvidas e cansaço são normais nesta época do ano: – O vestibular é uma etapa de teste e,como tal,exige certa dose de tensão. Só que não é questão de vida ou morte. É preciso estudar, mas também é necessário saber que talvez não dê certo. O diretor do COC tem visão semelhante. Segundo Terra, o vestibulando passa a ver a aprovação como uma obrigação familiar: – O vestibulando acredita que não passar significa decepcionar a família. É muito peso, e uma hora o estudante não aguenta. O que fazer? Escola- A ansiedade nesta época do ano é normal, as escolas devem estar preparadas, com profissionais especializados, para identificar os casos que extrapolam essa normalidade- É preciso conversar com o aluno e individualizar o atendimento- Dependendo do caso, a escola pode chamar os pais para uma conversa Pais- Não podem transferir a ansiedade que sentem para os filhos- Devem tentar mostrar que o vestibular é uma etapa importante da vida, mas que não passar não é o fim do mundo- Precisam incentivar os filhos a dosar horas de estudo e de lazer Amigos- A maioria dos vestibulandos se sente mais confortável para desabafar com colegas do que com pais e professores- Só o fato de dar atenção para as reclamações do colega já ajuda

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